Arquitetura e insectos: O gabinete berlinense Kuehn Malvezzi construiu o novo insectário do Jardim Botânico de Montreal. Foi dada especial ênfase a uma experiência imersiva com insectos.
Fotografia: ©James Brittain
O Jardim Botânico de Montreal alberga uma das mais importantes colecções botânicas do mundo. Distribuído por um extenso arboreto e 30 jardins temáticos, o jardim exibe mais de 20.000 espécies de plantas diferentes. Cobrindo uma área de quase 75 hectares, é também um dos maiores jardins botânicos do mundo.
Insectário renovado em Montreal
Mas o Jardim Botânico de Montreal não é apenas o lar de plantas. Até agora, a instalação também incluía um insectário, que precisava urgentemente de ser renovado. O antigo edifício do insectário foi construído no início da década de 1990. No início de 2019, após quase 30 anos e mais de oito milhões de visitantes, o Insectarium de Montreal fechou as suas portas para uma remodelação completa. Três anos mais tarde, na primavera de 2022, pôde reabrir as suas portas ao público interessado em insectos. Os arquitectos berlinenses Kuehn Malvezzi foram responsáveis pela remodelação.
O novo insectário do Jardim Botânico de Montreal pretende redefinir a relação entre o homem e os insectos. A palavra „metamorfose“, neste caso em relação ao edifício, é uma escolha óbvia. Tal como a lagarta, que se transforma em borboleta após uma metamorfose completa, o novo insectário foi completamente redesenhado de acordo com os conceitos actuais. Um lema importante aqui é „imersão“: no insectário, os visitantes devem ser capazes de mergulhar no mundo dos insectos e experimentá-los de perto.
Mergulhar no mundo dos insectos
Do lado de fora, o edifício é caracterizado por três estruturas que o definem: um jardim de borboletas, que serve como uma espécie de hall de entrada e termina numa estufa que contém outros insectos vivos, e uma cúpula em forma de casulo sob a qual se encontra a coleção de insectos.
Assim que se passa o hall de entrada, o caminho conduz o visitante a um labirinto. As suas paredes não perpendiculares estão em grande parte cobertas de gesso pulverizado não alisado, dando ao labirinto a cor e o aspeto de uma toca de térmita. Aqui ocorre uma desorientação deliberada, os visitantes deixam o seu mundo familiar e começam a mergulhar no dos insectos. A arquitetura do novo Insectarium de Montreal não serve apenas um propósito. É uma parte essencial da sua expressão museológica e do seu conceito curatorial.
Sentir-se como um inseto
Seis alcovas diferentes aproximam o mundo sensorial dos animais do público. No „Tight squeeze“, palavra-chave „imersão“, os visitantes podem experimentar a vida das baratas, por exemplo, que se movem nas fendas e fissuras mais estreitas. Já „O mundo em UV“ simula a visão de uma abelha, que, ao contrário dos humanos, também consegue ver a luz ultravioleta. O „Passeio no teto“ vira a perspetiva do observador de pernas para o ar.
Kuehn Malvezzi teve em conta os princípios bioclimáticos na conceção do edifício. A orientação dos edifícios e a sua integração no terreno ajudam a poupar energia de aquecimento. Também se certificaram de que conceitos como a reciclagem de água fossem implementados no edifício e que fossem utilizados materiais locais e, por conseguinte, mais sustentáveis.
Ainda mais arquitetura e fauna: o observatório de aves Tij, em forma de ovo, situa-se perto de Stellendam, nos Países Baixos.