A escola Les Violettes foi alargada: Em Mareil-Marly, nos arredores de Paris, o gabinete de arquitetura HEMAA realizou um projeto escolar notável em colaboração com Hesters Oyon: a ampliação do complexo escolar Les Violettes. O projeto inclui uma nova creche, uma extensão da escola primária com seis salas de aula e um centro de lazer. A escola, construída num terreno de 2 000 metros quadrados, integra-se harmoniosamente na paisagem circundante e utiliza a estrutura arbórea existente como elemento de conceção.
A escola HEMAA em colaboração com Hester's Oyon em Mareil-Marly. Crédito: Sergio Grazia
Utilização óptima dos espaços abertos
O conjunto do edifício foi concebido para se adaptar à topografia especial do local. A arquitetura preserva e valoriza a envolvente natural: fachadas transparentes e uma escolha de materiais em madeira e vidro asseguram uma estreita integração dos espaços interiores e exteriores. O posicionamento dos novos edifícios na parte ocidental do terreno permite também otimizar a utilização dos espaços abertos como zonas de recreio protegidas.
Design compacto com abertura máxima
A ampliação da escola foi realizada com uma clara tónica na funcionalidade e na estética. Os edifícios foram deliberadamente fragmentados e ligados por dois átrios de dois pisos, inundados de luz. Enquanto um destes pavilhões marca a entrada da escola primária, o outro serve de ligação entre o jardim de infância e o parque infantil coberto. Graças aos vidros extensos, a luz do dia é canalizada para o interior do edifício.
Madeira e betão
Para reduzir ao mínimo o tempo de construção e não interferir com o funcionamento da escola, os arquitectos optaram por um método de construção em madeira pré-fabricada de produção francesa. Isto não só reduziu o ruído durante a fase de construção, como também a pegada de carbono do projeto. O isolamento é feito de lã de madeira e os materiais naturais caracterizam todo o conceito interior. As construções de madeira visíveis e as paredes de betão não tratado criam um ambiente autêntico e acolhedor.
O espelho muda a aparência
A escolha dos materiais desempenha um papel central no conceito arquitetónico: enquanto o piso térreo é revestido com ripas verticais de madeira, o piso superior tem uma fachada de alumínio refletor. Este revestimento refletor capta as cores do meio envolvente e muda o aspeto da escola em função do tempo e da estação.
Condições de aprendizagem óptimas graças a uma disposição bem pensada das salas
Outra preocupação fundamental dos arquitectos foi a de promover um ambiente de aprendizagem aberto e inspirador. No jardim de infância, todas as salas de aula estão situadas no rés do chão, com acesso direto à área exterior – um desejo expresso pelo pessoal docente, a fim de criar uma ligação tão estreita quanto possível entre as áreas de aprendizagem e de lazer. Na escola primária, os generosos envidraçados entre as salas de aula e os corredores asseguram a iluminação natural e a transparência.
Utilização da água como recurso
Outro elemento sustentável é a gestão das águas pluviais: em vez de sistemas de drenagem complexos, a água é canalizada para zonas que podem escoar, nomeadamente em torno das árvores existentes. Desta forma, preserva-se o ciclo natural da água e, ao mesmo tempo, melhora-se o microclima.
O projeto da escola Les Violettes é um exemplo de como a arquitetura contemporânea e a construção sustentável podem andar de mãos dadas. A combinação da construção em madeira, de uma organização espacial bem pensada e de uma integração sensível na natureza cria um ambiente não só funcional mas também inspirador. A escola torna-se assim um lugar para aprender, brincar e crescer – rodeada pelas árvores de Mareil-Marly.
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